Você continua funcionando.
Atende o celular.
Cumpre prazos.
Responde com um “tudo bem”.
Mas há algo em você… que não voltou mais.
Talvez uma parte sua tenha aprendido a sobreviver sem presença.
A sorrir sem sentir.
A continuar mesmo sem saber pra onde.
E o mais perigoso é que isso não dói — de início.
É sutil. Quase confortável.
Como dormir com frio e só perceber no dia seguinte que passou a noite tremendo.
Esse afastamento de si mesma vai drenando tudo:
Vontade. Coragem. Gosto pela vida.
Você acorda cansado.
Fala e ninguém te ouve.
Faz tudo… e sente que nada tem peso real.
É como viver num corpo emprestado.
Num roteiro que alguém escreveu — mas nunca te consultou.
A boa notícia?
Esse vazio não é o fim.
Ele é o chamado.
Chamado pra retornar.
Pra se encontrar num espaço onde não precisa mais mentir pra caber.
Onde cada parte silenciada pode, enfim, ser ouvida.
Na terapia, não é você que precisa se explicar.
É o mundo interno que começa, aos poucos, a se reorganizar.
E às vezes… tudo começa assim:
Com uma leitura silenciosa.
Com um nó na garganta.
Com a sensação de que esse texto não foi um acaso.
📍Talvez não seja cedo.
Nem tarde.
Apenas… o momento exato.